Já imaginou se quando você fosse comprar uma fonte, importada, e ela viesse com as todas as especificações expressas em unidades que você nem fazia ideia que existiam? A confusão seria tremenda.
Com o surgimento do computador, e de todas as “parafernálias” tecnológicas que usamos hoje, foi preciso criar um sistema que unificasse todas as unidades usadas. Assim todos poderiam falar a mesma língua. Foi por isso que as unidades utilizadas na informática também ganharam seu lugarzinho no Sistema Internacional de Unidades.
O SI – Sistemas Internacional de Unidades
Por que todos usam o quilo, o metro, o litro e tantas outras unidades de medida como padrão?
Simplesmente porque existe uma instituição que determinou quais unidades deveriam ser adotadas pelos países para expressar medidas, pesos, alturas, etc.
Em 1875, na Convenção do Metro em Paris, o Bureau Internacional de Pesos e Medidas criou o Sistema Internacional de Unidades (SI), do qual você já deve ter ouvido falar quando estava na escola, principalmente nas aulas de física, geometria e química. Antes do surgimento deste sistema, cada país utilizava as unidades que desejasse, causando uma
tremenda confusão nas transações comerciais e também no intercâmbio científico.
Claro que toda regra tem sua exceção. Algumas medidas como a jarda, pé, polegada e o fahrenheit ainda são usadas nos Estados Unidos, um dos poucos países que não aderiu à padronização.
As grandezas utilizadas na informática
Com a popularização do computador e, principalmente, da Internet, as grandezas usadas na informática caíram na boca do povo e hoje está presente em nosso dia-a-dia. Confira na tabela abaixo as principais unidades utilizadas.
* - Pelo SI, o símbolo para byte é ‘b’, enquanto que bit tem como símbolo o próprio nome ‘bit’. Para evitar confusão durante a leitura do artigo, optei em adotar a simbologia popular, como descrito na tabela acima. |
A taxa de transferência
O bit e o byte deram origem a mais duas unidades de grandeza: bps (bit por segundo) e o B/s (byte por segundo). Ambas pertencem à grandeza “taxa de transferência” e também são responsáveis por boa parte das reclamações recebidas nas centrais de atendimentos das empresas prestadoras de serviços de Internet.
A reclamação mais comum é: “Eu comprei um serviço de 800 K, mas meus downloads não passam dos 80 K!”. Bom, o ‘k’, nessa situação, é apenas um prefixo para as unidades Kbps (kilobits por segundo) ou KB/s (kilobytes por segundo).
De fato, o serviço contratado é de 800 Kbps, mas a confusão acontece por causa da leitura da taxa de transferência, que normalmente é expressa em KB/s. Se um byte é igual a oito bits, obviamente a taxa de transferência terá um valor oito vezes menor a 800. Como uma parte dos bits é designada para controlar o fluxo de informações, os downloads realmente ficarão com uma taxa em torno de 80 KB/s.
Xi, complicou!? Tudo bem, não é fácil entender mesmo. Mas dê uma olhada no esquema abaixo.
Fique esperto!
Você já deve ter ouvido ou visto propagandas do tipo: “Internet de 5 mega por apenas R$x,xx!”. Esse é um erro cometido pela maioria das empresas que prestam serviços de Internet. A expressão “5 mega” leva muitos usuários a contratarem o serviço pensando que vão ter uma conexão de 5 megabytes por segundo, quando na verdade são 5 megabits por segundo.
HD de 80 giga? Mas só aparecem 74,6 GB! Fui enganado?
É muito comum encontrar em fóruns e sites usuários com a mesma dúvida: “Por que só aparecem 74,6 GB disponíveis no meu HD se eu comprei um disco de 80 GB?”. Quem nunca teve essa dúvida?
Bom, a resposta é bem simples. No mundo da informática 1 KB = 1024 bytes. Mas, os fabricantes de HDs adotam 1 KB = 1000 bytes.
Fazendo as contas
Bom, agora que tal começar a fazer umas contas? Para saber qual a real capacidade do seu disco rígido, basta pegar a calculadora e fazer umas continhas. Vamos lá?!
80.000.000.000 bytes / 1000³ = 80 GB, segundo os fabricantes de HD. No entanto, como supracitado, os sistemas operacionais utilizam 1 KB como 1024 bytes, então:
80.000.000.000 bytes / 1024³ = 74,50580596923828125 bytes, ou seja, aproximadamente 74,6 GB.
Essas contas são um pouco complicadas. Se você que não é muito fã de números, não deixe de conferir a tabela abaixo.
Curiosidade: os pendrives e os cartões de memória, por usarem memória flash, seguem o padrão de numeração do computador. Ou seja, quando você compra um pendrive de 8 GB, por exemplo, você realmente tem disponível 8 GB para usar, sendo que uma pequena parcela dessa capacidade é utilizada para mapear blocos defeituosos e códigos de correção.
Um novo conjunto de medidas
Você já pode imaginar o tamanho da confusão que essa “mordida de bytes” causou. Teve até casos de usuários que processaram as empresas por propaganda enganosa. Para evitar mais confusões, o IEC (International Electrotechnical Commission) cedeu à pressão dos fabricantes e criou um novo conjunto de medidas para designar valores binários, surgindo assim o gibibyte, mebibyte e tebibyte. O ‘bi’ presente nas novas unidades vem de binário (binary, em inglês).
Pelo novo padrão, 1 kilobyte passa a ter 1000 bytes, enquanto que o kibibyte possui 1024 bytes. Dessa maneira, seu HD passa a ter efetivamente 500 GB e 465.6 gibibytes.
Mas, como o padrão encontrou muitos opositores, ainda vai demorar um pouco para utilizarmos os termos acima que, diga-se de passagem, são bem esquisitos.
Para esclarecer
Seguindo o SI, e a tabela acima, é normal pensarmos que kilobyte e kilobit teriam por símbolo kB e kb, respectivamente, já que o símbolo para quilo é “k”.
Você deve ter notado que o “quilo” usado em informática é outro. O k usado em unidades como quilômetro (km) e quilograma (kg) deve ser escrito em letra minúscula. Em informática, no entanto, o "K" não se refere a 1000 unidades, como no caso anterior, mas sim a 1024. Por isso deve ser grafado com letra maiúscula.
Para finalizar
Embora a informática esteja presente em nosso dia-a-dia, muitos termos e unidades usados podem ser complicados de se entender para aqueles que não são profissionais da área. Mesmo quem está acostumado a ouvir bit, byte, mega, giga, etc. o dia inteiro às vezes se perde em meio a tantas conversões.
Mas, você pode perceber que não é nenhum bicho de sete cabeças, o que complica muitas vezes é a linguagem técnica usada pelos escritores. Divirtam-se lendo os artigos e não deixem de postar suas dúvidas e comentários.
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